quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Finlandês acusado de assassinato é condenado a 18 anos e 10 meses de prisão em Florianópolis


Toni Hakala não poderá recorrer da decisão em liberdade

O finlandês Toni Hakala foi condenado nesta terça-feira a 18 anos e 10 meses de prisão pelo assassinato da dançarina Elisângela Coelho, ocultação de cadáver e furto de carro. O julgamento, no Tribunal do Júri de Florianópolis, durou cerca de 13 horas e meia. Hakala ainda teve negado o direito de recorrer da decisão em liberdade. Ele está sendo levado para a Penitenciária de Florianópolis, onde já aguardava o júri popular.Ao todo, Hakala pegou 15 anos de prisão por homicídio qualificado, dois anos e oito meses por furto e um ano e dois meses por ocultação de cadáver. O tempo que ele esteve preso aguardando a sessão já foi abatido.JulgamentoO julgamento do crime pelo Tribunal de Júri da Comarca de Florianópolis iniciou-se às 9h. Pela manhã, o réu respondeu às perguntas do juiz que presidiu a sessão, Luiz Cesar Schweitzer, do promotor do caso, Luiz Fernando Pacheco, e dos advogados de defesa, Cléoberson Cachambu Paim e Marcelo Cardoso. Ao longo do dia foram ouvidas diversas testemunhas. Uma delas teve a identidade preservada, fazendo com que as pessoas que acompanhavam o julgamento, e até mesmo o réu, fossem obrigados a se retirar do salão do júri durante o interrogatório. A testemunha anônima disse ser amiga de Hakala e para quem o acusado teria confessado o crime. AcusaçãoO finlandês negava ter assassinado a ex-namorada, mas já havia confessado ter ajudado a enterrar o corpo da vítima na praia do Moçambique, no Leste da Ilha de Santa Catarina. Além de responder por ocultação de cadáver, o réu também era acusado por furto de veículo e homicídio duplamente qualificado (morte por asfixia causada por estrangulamento e assassinato cometido para ocultar outro crime — tráfico de entorpecentes).O representante do Ministério Público pediu ao júri o afastamento da segunda qualificadora, pois não havia provas suficientes do envolvimento do réu. O promotor ressaltou a falta de clareza nos primeiros depoimentos do acusado, que teria apresentado diversas versões sobre o que fazia na hora do crime. Falou ainda do relacionamento conturbado entre a dançarina e o réu. Segundo ele, havia brigas, na maior parte das vezes causadas por ciúme, o que "não justifica o direito de ninguém para tirar a vida de qualquer pessoa". Dias antes de morrer, Elisângela havia feito um teste de gravidez . Ela desconfiava que poderia estar grávida de Toni. A polícia obteve o resultado quando a dançarina ainda era considerada desaparecida. O exame deu negativo. DefesaA defesa, por sua vez, salientou que não existiam provas concretas do envolvimento do finlandês com o assassinato. Eles afirmaram que, segundo o laudo da perícia, o DNA presente sob as unhas de Elisângela era feminino. De acordo com os advogados, se Elisângela tivesse tentado se defender da agressão de Toni, era o DNA do acusado que deveria estar debaixo das unhas dela. Sobre a acusação de furto de veículo, que teria sido usado para transportar o corpo da vítima até o local onde foi enterrado, a defesa disse que o Fox preto pertencia ao finlandês, que, por estar ilegalmente no Brasil, teria registrado o carro no nome da ex-namorada. Cléoberson Paim, um dos advogados de defesa, enfatizou ao júri: — Outra pessoa poderia ter cometido esse crime. Na dúvida, absolvam-no!Mas Hakala foi condenado. Ele não demonstrou reação ao ouvir que deve passar quase duas décadas atrás das grades. A defesa vai apelar da decisão, porém, foi negado o direito ao réu de recorrer à sentença em liberdade. Logo após ouvir a pena, ele retornou à Penitenciária de Florianópolis, no bairro Trindade. Entenda o caso Elisângela trabalhava no Bokarra Club em Florianópolis. Natural de Belém, no Pará, ela manteve um romance com o finlandês. Após o fim do relacionamento, ficou cerca de 40 dias desaparecida. A Polícia Civil prendeu Hakala como o autor do assassinato e localizou o corpo no dia 9 de maio deste ano. O finlandês foi considerado culpado por ter asfixiado a ex-namorada após uma briga. Depois, ele enterrou o corpo nas dunas da praia do Moçambique.

Nenhum comentário:

Postar um comentário